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02.08 2013 BNDES amplia recuros para o microcrédito

02/08/2013

Confira a seguir matéria publicada pelo jornal Valor Econômico no dia 31 de julho:

 

Banco engorda o orçamento para o microcrédito


Por Janes Rocha - Valor Econômico

O BNDES está ampliando de R$ 450 milhões para R$ 1 bilhão a dotação orçamentária para as instituições de microcrédito em 2013. O banco não empresta diretamente às pessoas físicas ou jurídicas, mas atua como financiador das instituições que emprestam dinheiro a estes clientes. Com o reforço de caixa, o objetivo é atender um número maior de instituições, ajudando o plano do governo de massificar o microcrédito, explica Paulo Roberto Anderson Monteiro, gerente do Departamento de Economia Solidaria do BNDES.

"Nossa expectativa é atingir instituições que antes não operavam (com o banco) e agora passaram a operar", diz Monteiro. E completa: “Temos aproximadamente mais R$ 80 milhões de contratos em análise".
Desde 1996, o BNDES oferece "funding"para os agentes repassadores - Organizaçöes da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (SCM), Cooperativas de Crédito Singulares e Centrais, Bancos Cooperativos e Comerciais, Agências de Fomento e Bancos de Desenvolvimento.

Entre 2005 e junho de 2013, o BNDES repassou R$ 453,8 milhões a 53 instituições, em um total de 638,2 mil contratações. As Oscips são as maiores clientes do banco, tendo levado R$ 116,2 milhões. As agências de fomento (com R$ 96,7 milhões) e os bancos comerciais (R$ 58 milhões) vêm em seguida. Para obter recursos do BNDES, uma Oscip tem que preencher diversos requisitos, entre eles ter um patrimônio liquido mínimo de R$ 100 mil. Poucas entre as mais de 420 Oscips registradas nos ministérios da Justiça e do Trabalho preenchem esse requerimento.

Conseguir fundos é uma "batalha constante", relata Alessandra França, jovem administradora que fundou, em 2009, o Banco Pérola, uma Oscip de microcrédito sediada em Sorocaba (SP). Com R$ 1,3 milhão emprestados a pequenos empreendedores da região, o Pérola opera com recursos de doações e prêmios de empresas e instituições como Camargo Corrêa, Votorantim, Artemisia, Family Offices, entre outros. Os empréstimos são concedidos prioritariamente para jovens que estão iniciando seu negocio. "Imagine a dificuldade em convencer investidores a aplicar em jovens empreendedores", diz Alessandra. Ela agora está finalizando o lançamento de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) para captar R$ 1,5 milhão no mercado de capitais e poder, dessa forma, aumentar o número de clientes.

Apesar das dificuldades de captação, a rede de instituições independentes de microcrédito cresce. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades Operadoras de Microcrédito (Abcred), em 2012 o setor movimentou quase R$ 353 milhões, atingindo 164.909 clientes, um crescimento de 26,74% e 13,31% respectivamente.