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06.07.2011 - Economia informal movimentou R$ 663,4 bilhões no Brasil em 2010
12/07/2011
A economia subterrânea, como é chamada a produção de bens e serviços não informada deliberadamente aos governos, atingiu no Brasil, no ano passado, R$ 663,4 bilhões, o que equivale a 18,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O Índice de Economia Subterrânea foi divulgado na terça-feira (28/06), em São Paulo, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em conjunto com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco).
Segundo o professor Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, a atividade subterrânea é parte significativa da economia, mas sua participação no PIB tem caído ao longo dos últimos anos. Em 2003, a participação era de 21% do PIB.
Essa redução é atribuída a dois fatores. Um deles é o aumento da atividade econômica, que reduz as incertezas. "As empresas ficam mais confortáveis em contratar pessoas formalmente, visto que a perspectiva de crescimento elevado não deve mudar no curto prazo". Outro fator que contribuiu para a redução da participação da economia subterrânea no PIB foi a expansão do crédito.
Sintoma do problema
Holanda destacou a necessidade de se conhecer o tamanho do problema causado pela economia subterrânea para que se possa combatê-lo. De acordo com ele, não basta apenas aumentar a fiscalização para acabar com esse tipo de economia. O importante, acrescentou, é entender o que está levando um número expressivo de pessoas à economia subterrânea, atacar as causas e levá-las à economia formal.
A carga tributária elevada, o excesso de burocratização e a corrupção são fatores que podem estimular a economia subterrânea, disse Holanda. "A economia subterrânea é o sintoma do problema. Alguns deles jogam a economia em direção à economia subterrânea."
É difícil medir a economia subterrânea, que engloba atividades ilegais, como a pirataria. O índice, calculado pela FGV e o Etco desde 2007, estima os valores não declarados aos poderes públicos para sonegar impostos e as atividades que estão na informalidade devido ao excesso de tributação e de burocracia. "O índice é importante para mostrar que a economia subterrânea tem um tamanho significativo e não deve ser ignorada", disse Holanda.
O tamanho da economia subterrânea foi estimado com base na renda do mercado de trabalho formal no Brasil, multiplicada pelo fator de informalidade. Outra medida usada pela FGV e Etco foi a equação de demanda por moeda, considerando a carga de tributos diretos e os trabalhadores sem carteira.
Fonte: Economia/SC