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29.11.2011 - Organizações de Microcrédito confirmam aumento na formalização e na procura por empréstimos
29/11/2011
Fonte: Adjori
Só na região da Grande Florianópolis, a expectativa é fechar 800 contratos; no Planalto Norte, pelo menos 600. Há otimismo também no Sul, no Oeste e no Planalto Serrano.
Lançado no dia 8 de novembro pelo Governo do Estado, o Programa Juro Zero tem tudo para atingir o objetivo de fomentar o empreendedorismo, impulsionando a geração de emprego e renda e Santa Catarina. De acordo com o Programa, os empreendedores individuais terão acesso a uma linha de crédito de até R$ 3 mil, disponibilizada por instituições de microcrédito catarinenses. O valor pode ser parcelado em até oito vezes. Quitando o empréstimo em dia, o empreendedor fica livre da última parcela, que é paga pela Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc).
Apoio técnico - O Juro Zero também oferece acompanhamento empresarial e de inovação aos participantes, por meio do Sebrae/SC, que prestará consultoria especializada e individual, de forma gratuita. Os valores financiados poderão servir para capital de giro ou compra de equipamentos.
Cresce o interesse
As Organizações de Microcrédito confirmam o interesse despertado pelo Programa, o que se traduz na busca pela formalização do microempreendedor e pelo aumento no número de contratos de financiamento. Confira o cenário em algumas regiões do Estado.
Planalto Norte - Na região da Amplanorte, o Banco do Planalto Norte é a única instituição qualificada para realizar os empréstimos do Programa Juro Zero. A agência atende Canoinhas, Mafra e Porto União, além dos municípios da Amplanorte. “A procura por empréstimos já está muito grande e a tendência é aumentar com a disseminação das informações sobre o Programa”, afirma, otimista, o gerente-executivo do Banco do Planalto Norte, Nivaldo Brey Júnior. Até o momento, a empresa fechou 12 contratos, que atendem lojistas, borracheiros, cabeleireiros e costureiras, entre outros.
Segundo o gerente, só Canoinhas tem cerca de 480 microempreendedores e a expectativa é que nos próximos seis meses sejam fechados de 300 a 350 contratos no município e até 600 em toda a Região. “O Programa é uma ferramenta muito eficaz no combate à informalidade, mas é algo que não pode ser feito por impulso e sim por necessidade”, salienta Brey.
Grande Florianópolis - Na região da Grande Florianópolis, o Banco do Empreendedor é a Oscip de microcrédito responsável pela linha Juro Zero. O gerente de operações da empresa, Wilson Vamerlati Dutra, acredita que a procura pelo empréstimo ainda está tímida porque o lançamento do Programa é recente, mas já é possível observar um aumento significativo no interesse. “Na primeira semana realizamos oito empréstimos, e na semana seguinte já foram 29”, confirma Dutra. As atividades atendidas pela empresa são bastante abrangentes, compreendendo os segmentos Serviço (com 40,06% dos contratos), Comércio (39,77%) e outros.
Os 37 empréstimos registrados pelo Banco do Empreendedor até agora totalizam R$104.100,00 e estão distribuídos por 10 cidades distintas da Grande Florianópolis. São José se destaca com 10 contratos e Florianópolis com 11. Em 89% dos casos, o crédito foi solicitado para capital de giro (investimento em matéria-prima, estoque, fluxo de caixa).
As projeções de adesão ao Juro Zero na região da Grande Florianópolis são bastante positivas. “Seguimos orientando os interessados que se formalizem e esperamos atender aproximadamente 800 MEIs, com um valor médio de R$2.500,00 por empréstimo, totalizando assim R$ 2 milhões emprestados”, afirma Wilson Vamerlati Dutra.
Oeste - A Credioeste atende Chapecó e demais municípios da Amosc e já registra a intensificação na procura por empréstimos após o lançamento do Programa. “Algumas pessoas nos procuram com dúvidas em relação ao enquadramento, mas a grande maioria já afirma estar providenciando os documentos para a formalização e acredito que isso só vai aumentar”, conta a gerente da empresa, Márcia Biffe. Até agora, onze processos foram liberados para os municípios de Chapecó e Coronel Freitas, mas já há outros casos esperando liberação. “Os setores atendidos são muito variados, como confecção, construção, pintura”, relata Márcia. Já a Crediamai operacionalizou, só na primeira semana, contratos no valor de R$ 24 mil para microempreendedores de Vargeão, Xaxim e Xanxerê.
Sul – Na região de Criciúma e municípios da Amrec e Amesc, desde o dia 9 de novembro já foram fechados 25 contratos pela Credisol, totalizando quase R$ 80 mil em empréstimos. Segundo a gerente Juliana Teixeira, os MEIs são, na maioria dos casos, da área do comércio, pessoas que trabalham com roupas e semijoias, que nessa época do ano precisam de capital de giro. Entre os contratos fechados, a maioria se concentra em Criciúma e Araranguá, mas também há casos em Sombrio, Içara e Cocal do Sul. “A busca pela formalização realmente está aumentando. Cerca de 10 pessoas nos procuraram com esse fim, para então se enquadrarem no Programa”, conta Juliana.
Lages - No Planalto Serrano, o lançamento do Programa também despertou interesse. Segundo Kellen Berteli, do Banco da Família, já foram liberados 11 empréstimos, totalizando R$ 30.700,00, destinados a vendedores, cozinheiras, salões de beleza e prestadores de serviço. A expectativa é liberar mais de 200 créditos nos próximos seis meses.
Vale e Alto Vale - Na região do Vale do Itajaí, Alto Vale e Litoral Norte (Joinville, Jaraguá do Sul), a movimentação não é menos intensa. Só na primeira semana, os contratos firmados por seis das empresas de microcrédito ultrapassaram os R$ 75 mil, conforme informou Silvestre Lacerda, da Associação das Organizações de Microcrédito de Santa Catarina (Amcred/SC).
Meta: 100 mil MEIs formalizados
Atualmente, Santa Catarina contabiliza mais de 48 mil microempreendedores individuais (MEIs) formalizados, segundo dados do Sebrae/SC. Com o Programa Juro Zero, o Governo do Estado espera elevar esse contingente a 100 mil formalizações. Além do incentivo financeiro, são muitas as áreas profissionais que se encaixam no Programa Empreendedor Individual, lançado pelo Governo Federal.
Vantagens - Quando formalizadas, as empresas recebem o registro CNPJ, têm acesso facilitado ao crédito e são enquadradas no Simples Nacional, o que as isenta dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI, CSLL), tendo que pagar um valor fixo mensal de R$ 57,10 (setores de comércio ou indústria) ou R$ 62,10 (setor de prestação de serviços). A formalização é feita pela internet no site www.portaldoempreendedor.gov.br.Os pontos de atendimento mais próximos e mais informações sobre o Programa estão disponíveis no site www.jurozero.sc.gov.br.
Dinheiro não vai faltar
Nos quatro anos de vigência do Programa Juro Zero, serão disponibilizados R$ 12,8 milhões ao ano, conforme acentuou o presidente do Badesc, Nelson Santiago. O Badesc disponibilizará os recursos financeiros para as instituições de microcrédito habilitadas a cederem o empréstimo aos empreendedores individuais em Santa Catarina. “Os recursos são oriundos de juros sobre capital próprio, recolhidos em empréstimos feitos a municípios e empresas privadas. Esse montante, que antes era devolvido ao Estado, agora será repassado às 19 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) parceiras, que irão gerenciar tais valores”, explicou Santiago. Atualmente, estas instituições atendem cerca de 35 mil microempreendedores e movimentam mais de R$ 30 milhões em empréstimos.
Como funciona o programa
Cada empresário pode realizar um empréstimo de cada vez, sendo que o segundo somente após quitar o pagamento total do primeiro. O empréstimo será oferecido pelas instituições de microcrédito habilitadas pelo Badesc para esta finalidade, em todas as regiões de Santa Catarina. Das oito parcelas do financiamento, a última corresponde aos juros do empréstimo e é de responsabilidade do Governo do Estado, mas, para garantir a vantagem, o microempreendedor deverá pagar em dia as sete primeiras parcelas.
Quem pode participar - Para solicitar o empréstimo, os microempreendedores individuais devem estar formalizados, além de empregar apenas um funcionário que receba salário mínimo ou o piso da categoria. Pela legislação atual, os microeempreededores individuais devem ter receita bruta anual de até R$ 36 mil e apenas um estabelecimento, além de não ser sócio, administrador ou titular em outros empreendimentos.
Assessoria de Comunicação Amcred/SC