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CRESCE PARTICIPAÇÃO DOS BANCOS PÚBLICOS NA OFERTA DE CRÉDITO
12/07/2011
CRESCE PARTICIPAÇÃO DOS BANCOS PÚBLICOS NA OFERTA DE CRÉDITO
Segundo o Relatório do BC, os chamados recursos direcionados, advindos de fundos públicos, foram fundamentais para que a relação crédito/PIB ficasse no patamar de 41% no primeiro bimestre.
Agência Sebrae Notícias - Clara Favilla
Brasília - Diante da crise, o governo esforça-se para sustentar a atividade econômica por meio do crédito ao consumo e à produção. Relatório do Banco Central indica que as operações realizadas por bancos públicos, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foram fundamentais para que o nível de crédito permanecesse estável no primeiro bimestre do ano.
Em função da crise financeira que se instalou com maior força no Brasil a partir de outubro do ano passado, o BNDES, por exemplo, disponibilizou R$ 5 bilhões adicionais, provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) aos pequenos negócios.
O Banco do Brasil, um dos maiores operadores desses recursos, vem utilizando em larga escala o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), para viabilizar operações com o segmento. O Fampe é formado com recursos orçamentários do Sebrae e complementam as garantias que precisam ser dadas pelo tomador de crédito a agentes financeiros conveniados.
O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro, considerados os recursos livres (captados pelos agentes financeiros no mercado ) e direcionados (advindos de fundos públicos com destinação específica, como o FAT), atingiu R$ 1,2 trilhão em fevereiro, registrando expansões de 0,1% no mês e de 28,3% em doze meses. O destaque cabe aos financiamentos com recursos direcionados, destinados, principalmente, aos segmentos de infra-estrutura e habitação.
A evolução do mercado de crédito - avalia o Banco Central - permanece condizente com o menor dinamismo da atividade econômica e com as características sazonais do período: adequação de níveis de consumo menores aos estoques da indústria e do comércio. Nesse contexto, os empréstimos para consumo e produção de bens e serviços passaram a representar 41,6% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 41,5% em janeiro último e 34,5% em fevereiro de 2008.
A participação dos bancos públicos na oferta global de crédito atingiu 37,1% em fevereiro, compensando em parte a retração da oferta normalmente feita pelas instituições privadas nacionais e estrangeiras, que caiu de 42,3% para menos da metade: 20,6%.
Ainda de acordo com o relatório do Banco Central, os empréstimos com recursos livres, que correspondem a 70,6% do total, alcançaram R$ 868,9 bilhões, com declínio de 0,3% no mês e expansão de 27,8% em relação à igual período de 2008. O desempenho no mês resultou da queda de 1,6% nas carteiras de pessoas jurídicas, saldo de R$ 464,9 bilhões, e do incremento de 1,2% nos financiamentos às famílias, que somaram R$ 404,1 bilhões.
As operações com recursos direcionados registraram elevações de 1,2% no mês e de 29,5% em doze meses, totalizando R$ 361,9 bilhões. O resultado mensal foi impulsionado pelo desempenho positivo das carteiras do BNDES, cujo volume situou-se em R$ 212,6 bilhões, uma expansão de 1,3%. Contribuíram também os financiamentos habitacionais, com acréscimo de 2,8% e saldo de R$ 62,6 bilhões.