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Associação das Instituições de

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Entrevista com o Diretor do Banco do Povo e Vice -Presidente da Amcred na região Oeste Edson Baldissera

12/07/2011

Em passagem por Florianópolis,na última sexta-feira, o diretor do Banco do Povo e atual Vice-Presidente da Regional da Amcred na Região Oeste, Edson Baldissera, falou sobre sua participação no XIII Fórum

Se o senhor fosse analisar criticamente o Fórum em Montevidéu o que diria?
A grande proposta que percebemos que faltou no Foromic foi definir inclusão social, esclarecendo que ela depende de várias ações de legalização, de intervenção do Estado com políticas públicas articuladas que possibilitem com que o Microcrédito possa ser parte de uma ação para inclusão sócio-econômica. Ações isoladas em microfinanças dão certo quando investidas ou aplicadas em um empreendedor que não é um excluído social, mas com dificuldade financeira em desenvolver sua ideia. A expectativa que muitos depositam nas microfinanças de forma isolada é ampla, essas pessoas tendem a se frustrarem no sentido de inclusão dos mais pobres. Porque a pobreza não é uma questão apenas econômica, tem vários motivos. Um deles é falta de políticas públicas, como em educação, outras são as leis pertinentes aos micro e pequenos negócios, essas leis não possibilitam o acesso, elas travam demais. São voltadas e construídas para atender empresas ideais dentro do sistema vigente e não empresas pontuais, que oportunizam o nascimento e desenvolvimento de pequenos negócios.
Entre as falas que o senhor testemunhou no Uruguai alguma lhe chamou mais a atenção? 
Teve uma fala do vice- presidente do Uruguai, Danilo Astori, quando ele disse que como o Uruguai não é uma país grande geograficamente o que deu certo lá são pequenas e médias empresas voltadas para atender as necessidades comerciais e industriais do país. Isso possibilitou um grande avanço tecnológico por parte das mesmas. Possibilitou o desenvolvimento mais homogêneo dentro das inúmeras cadeias produtivas do país.  
Qual o grande desafio do microeempreendedor no Brasil?
A economia do nosso país é extremamente agressiva, por nós termos um país continental, termos uma economia global e por termos leis que não restringem a comercialização interestadual e tampouco internacional . Temos uma industrialização muito forte, isso dinamiza muito nosso comércio. Há grandes empresas nacionais e internacionais que produzem uma gama de produtos que conseguem atender e chegar com facilidade do cliente mais humilde ao mais exigente. Isso com o apoio da mídia globalizada acaba fragilizando alguns hábitos de consumo regional, fragilizando a exploração de produtos com características de produção mais regionalizada aonde a gente percebe que estão parte dos nossos empreendedores. Por outro lado eu acredito que conseguem qualificar seus serviços e seus produtos para além do seu bairro e do seu município e conseguem um melhor desempenho comercial. Como o pequeno empreendedor tem dificuldade de acessar tecnologia e ferramentas de produção e administração gerenciais e que muitas vezes o próprio empreendedor por ter um pequeno negócio tem que dar conta da administração e produção nem sempre ele tem o aprimoramento pessoal para desenvolver as suas tarefas produtivas e gerenciais.