Notícias
Marido de aluguel
20/04/2018
Atento à falta de tempo ou mesmo à falta de jeito de muitas pessoas para fazer reparos domésticos, empreendedor investiu no negócio após ficar desempregado
Marcos Antônio Gonçalves, 30 anos, casado, com uma filha de cinco anos e outro à caminho, nunca teve medo de serviço e em paralelo sempre buscou atualização. Com ensino médio completo, curso de soldador e mecânica industrial pelo Senai, ele atuava como soldador numa indústria de Maquinas e Equipamentos para fabricas de Ração, até o ano de 2016, em Xanxerê. Nas horas de folga e finais de semana fazia consertos, ajudava amigos e familiares com tarefas corriqueiras e reparos domésticos, mas que nem todo mundo tem conhecimento para fazer.
Marcos já observara que o mercado de marido de aluguel era rentável e tinha demanda. Nem sempre instalar um lustre, pintar uma parede ou trocar uma torneira são tarefas domésticas fáceis de executar. Por serem muito ocupadas ou simplesmente não saberem realizá-las, muitas pessoas contratam um eletricista, um pintor e um encanador. Outras chamam um profissional que faz tudo. A valorização desse atendimento amplo despertou o empreendedorismo de Marcos e ele pediu demissão para abrir seu próprio negócio. Com a rescisão, na época R$ 2.000,00 (dois mil reais), ele comprou as primeiras ferramentas, como aparelho de solda, lixadeira, escadas e outros utensílios básicos para a atividade.
Sem necessidade de um escritório fixo, o primeiro mês de Marcos foi bater perna de porta em porta com um cartão de visitas ofertando o serviço. E ele conta que os primeiros meses não foram fáceis, até conquistar os primeiros clientes que efetivamente pagassem pelos serviços, Mas depois daquela divulgação e logo que começaram a surgir os primeiros serviços, nunca mais precisou divulgar.
Montagem de móveis, troca de lâmpadas, soldas pequenas, persianas, trocar e consertar canos, parte elétrica simples como troca de chuveiro e tomadas, instala hidráulico como torneiras, furar paredes, arrumar lixeiras, portões, pinturas pequenas, limpeza de jardins, podas, recolha de entulhos, estão entre os principais serviços executados pelo empreendedor que hoje atua só com indicação de amigos e de quem ele já fez serviços.
Essa demanda gerou a necessidade de buscar crédito. Marcos precisava estoque de alguns matérias par ao dia a dia. Mas desassistido porque estava com restrições, ele enfrentava dificuldades para comprar uma quantidade maior e isso reduzia a margem. Foi então que ele conheceu a extracredi através de um panfleto que a esposa recebeu. Já formalizado como MEI (Microempreendedor Individual) para poder emitir nota fiscal, ele arriscou consultar a instituição para acessar o Programa Juro Zero. Instruído pela agente de crédito que precisava primeiro regularizar a situação financeira e que depois poderia ter o apoio da instituição no acesso ao crédito, Marcos correu atrás de limpar o nome e em poucos dias conseguiu acessar o primeiro crédito. Organizado em planilhas, hoje ele agradece por ter tido que regularizar a restrição, isso fez com que aprendesse a se organizar.
Trabalhando sozinho, o Microempreendedor individual já precisaria contratar um funcionário para atender a demanda. Porém, tendo como objetivo principal atender a necessidade dos clientes de forma rápida e segura, e para melhorar o faturamento proporcionado mais estabilidade à familiar e melhor qualidade de vida, ele resiste sozinho ao serviço que não tem hora para ser atendido, seja domingo, feriado ou a noite.