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R$ 1 BILHÃO PARA FINANCIAR O MICROCRÉDITO

12/07/2011

O negócio do microcrédito em Santa Catarina já chegou a R$ 1 bilhão emprestados, ao longo de 11 anos de atuação. Dezoito organizações financiam milhares de empreendedores informais de todas as regiões do Estado.

 
Só em Joinville há aproximadamente 30 mil empreendedores informais – a maioria com atuação nos ramos de serviços, revela o superintendente da Casa do Empreendedor, Luiz Carlos Floriani. Esta instituição tem carteira ativa de R$ 4,2 milhões e estrutura projetos e faz novos pedidos de financiamentos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e à Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc) para atender à demanda crescente.
 
Perfil
 
Luiz Carlos Floriani é diretor-superintendente da Casa do Empreendedor de Joinville e também do Banco do Empreendedor, de Florianópolis. É, ainda, presidente da Associação das Organizações de Microcrédito de Santa Catarina.
 
Presidiu a Ajorpeme (1998) e a Fampesc (1999-2003). Liderou entidade nacional em defesa dos interesses das microempresas. Integrou o fórum permanente do movimento pela micro e pequena empresa. Foi membro do conselho deliberativo do Sebrae-SC, entre outras funções já ocupadas. É empresário do ramo do varejo da agropecuária em Joinville.
 
Lei da microempresa
 
A legislação da microempresa já passou por quatro mudanças desde 1998. Houve adequação ao Simples. Criou-se o Estatuto da Microempresa. Surgiu a Lei Geral da Microempresa. E, mais recentemente, a Lei do Microempreendedor Individual. São avanços que tornam as empresas menores mais competitivas.
 
Mortalidade
 
Em 1998, 55% das micro e pequenas empresas fechavam em até três anos de atuação. Em 2010, o percentual é inferior a 40%. Na região Sul cai para 33%. Uma das causas para persistir elevada mortalidade é a falta de vontade dos governos (em todos níveis) em regulamentar aspectos fundamentais. Um, por exemplo, é o que prevê que órgãos públicos definam compras de produtos, prioritariamente, de micro e pequenas empresas. Os governos usam a burocracia como desculpa para não aplicar a regra.
 
Jeitinho
 
Boa parte dos empresários se acomodou com o “jeitinho” para ganharem favores em vez de qualificarem suas equipes e buscar mais qualidade para seus produtos e serviços. A rigor, a nossa cultura empreendedora é especulativa. Aqueles que podem mais sempre agem para levar vantagens sobre os que sabem menos. No Brasil, a cultura – desde a fundação – é exploratória,
 
Vocação
 
Muitos dos empreendedores não têm vocação para os negócios. Abriram empresas porque foram forçados a isto pela situação: o desemprego, a terceirização imposta. O processo de globalização expulsou dezenas de milhares de pessoas de atividades como empregados.
 
Informais
 
A informalidade continua muito elevada. Há 13 milhões de informais no Brasil. Em Santa Catarina, há 300 mil. E em Joinville, aproximadamente 30 mil. Estes 30 mil representam algo como 7% da população do município. Não nos enganemos, porém: parte destes é de gente desempregada. Outros trabalham com carteira assinada e mantêm, ainda, negócio próprio, paralelamente.
 
18 ONGs
 
Dez por cento dos empreendedores informais que pegam dinheiro emprestado na Casa do Empreendedor têm mais de 60 anos. O microcrédito nasceu da necessidade de se obter crédito, muito escasso no sistema financeiro tradicional. É curioso que se tornou mais fácil criar ONGs específicas com foco no modelo de microcrédito do que redesenhar o modelo existente.
 
Os bancos recusaram entrar no mercado. Consideram este público de altíssimo risco. Classificam os tomadores de empréstimos nno grau de risco H, com chance zero de receber de volta o valor financiado. O modelo adotado foi o de microcrédito produtivo e orientado.
 
VALORES
 
Desde 1999 e até junho de 2010, o sistema de microcrédito, por meio de 18 Oscips já emprestou R$ 1 bilhão. O valor máximo do empréstimo é de R$ 15 mil por operação. A maioria dos negócios é para as áreas de serviços. Faccionistas para a indústria têxtil e as conhecidas sacoleiras são exemplos clássicos.
 
EMPRÉSTIMO
 
A Casa do Empreendedor pede novo empréstimo. Ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pleiteia R$ 5 milhões e do Badesc quer outros R$ 2,5 milhões.
 
INADIMPLÊNCIA
 
Em Santa Catrina, a inadimplência média acima de 30 dias é de 1,7%. Em Joinville, é de 1,9%. São índices baixos, tranquilamente admissíveis. O dinheiro vem de diferentes fontes: do Badesc, do BNDES, da Caixa e até da Oik Credit, organização evangélica holandesa que busca apoiar negócios em países periféricos.
 

Fonte: A Notícia